Nesta terça-feira (14), a Polícia Civil deflagrou a Operação Delta, nos municípios de Porto Alegre, São Leopoldo, Cachoeirinha, Eldorado do Sul, Santa Cruz do Sul, Pantano Grande e Guaíba, com o objetivo de combater e elucidar crimes de estelionato, extorsão, falsidade ideológica e organização criminosa. Foram cumpridas 35 ordens judiciais, sendo oito Mandados de Prisão Temporária e 27 Mandados de Busca e Apreensão.
Além do êxito nas prisões, foram apreendidos aparelhos celulares, documentos, computadores, notebooks e cerca de R$3.500,00 em dinheiro. Um simulacro de arma de fogo foi apreendido na residência de um dos presos.
De acordo com as investigações, no golpe do transporte por aplicativo, os criminosos criaram um perfil fake em uma rede social, em nome de terceiros, inclusive de um delegado de polícia, utilizando uma foto antiga de um perfil real. Criada a página falsa, os criminosos fazem negociações com diversas pessoas que ofertam produtos em uma plataforma de compra e venda. No golpe, a página fake entrava em contato com alguém que ofertava produtos, manifestando interesse na compra. Após, enviava um motorista de aplicativo até a casa do vendedor, chegando o motorista em frente à casa, o vendedor avisava o golpista, o qual simulava a realização do depósito pela compra, enviando comprovante falso de depósito para o vendedor. Acreditando ter recebido o valor, o vendedor entrega o produto ao suposto motorista do aplicativo.
Já no golpe dos nudes, uma mulher com uma página falsa na rede social, demonstrando ser uma menor de idade, inclusive adicionando fotos (sensuais) retiradas de páginas de terceiros, apesar da página fake se identificar como menor de idade, não necessariamente a pessoa que alimenta a página e troca fotos de nudez é realmente uma menor de idade, ou seja, uma adolescente ou criança.
Então, a golpista busca adicionar pessoas do sexo masculino, preferencialmente casados e mais velhos, os quais acreditam estar falando com uma suposta menor de idade, pois os dados da página fake mostram isso, e os próprios criminosos fazem registro desse aspecto e o fato de a vítima pensar que está trocando conversas e fotos com uma menor é o ponto chave para que o golpe seja exitoso, pois os criminosos usam isso como ferramenta de intimidação, alegando que as vítimas teriam praticado pedofilia.
Na sequência da fraude, adicionada a pessoa na rede social da golpista, ela passa a buscar conversar reservadamente com a pessoa, até chegar ao ponto de trocarem imagens com nudez, usando o aplicativo WhatsApp ou clone deste. De posse da imagem, a golpista para de falar com a pessoa, e um cúmplice inicia um diálogo com a pessoa se dizendo pai da suposta menor de idade, ou policial civil ou advogado.
Nesta etapa do golpe, o criminoso começa com as ameaças de divulgação dos diálogos e das imagens trocadas com uma suposta menor de idade, seja para familiares ou para a polícia, caso a vítima não pague o montante exigido. Para justificar a quantia exigida, buscando inserir a vítima ainda mais na história engendrada, o golpista diz que o suposto pai teve acesso ao celular da menor de idade, e quando viu fotos e diálogos, quebrou vários móveis e eletrodomésticos ou então justificam o valor para fins de pagarem auxílio psicológico para a menor, demonstrando que a criatividade é grande.
O grupo criminoso usou dados de pessoa morta, bebês e adolescentes para receber o proveito do crime. A ousadia era tanta que também utilizaram dados de advogados, delegados, defensor público e uma juíza.
A ação foi coordenada pelos Delegados de Polícia Sandro Luís Meinerz e Marcelo Mendes Arigony, titular da 2DP/Santa Maria, e contou com 12 agentes da 3DPRI/Santa Maria, Pantano Grande, e Santa Cruz do Sul, além do apoio de 60 agentes do Departamento de Polícia Metropolitana (Draco/São Leopoldo, 1DP/Gravataí, 1ª e 2ª DP/Cachoeirinha, DP Eldorado do Sul, DP Guaíba, e DPRPA 1DP, 3DP, 5DP, 6DP, 8DP, 10DP, 12DP, 13DP, 15DP, 16DP, 17DP, 19DP, 20DP, DPTur, DDT, DRTC.
Fonte: Ascom PC-RS