A meteorologia britânica prevê temperaturas chegando a 40°C pela primeira vez nesta terça-feira (19), após registrar sua noite mais quente já registrada, enquanto incêndios florestais assolam o interior da França, Espanha e outras regiões.
À medida que uma onda de calor atingiu o sul da Europa na semana passada, avançando para o norte, o sul e o oeste da Alemanha e da Bélgica também se prepararam para temperaturas potencialmente recordes.
O Reino Unido foi colocado em estado de alerta de emergência nacional, pois as temperaturas pareciam superar o recorde anterior de 38,7°C registrado em 2019.
Alguns trens foram forçados a parar de funcionar e os voos foram cancelados. “Vimos uma quantidade considerável de interrupções nas viagens”, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps.
“Provavelmente veremos o dia mais quente já registrado no Reino Unido hoje, e a infraestrutura, grande parte construída desde os tempos vitorianos, simplesmente não foi construída para suportar esse tipo de temperatura”, acrescentou.
Um estudo publicado por cientistas climáticos em junho na revista Environmental Research: Climate concluiu que era altamente provável que as mudanças climáticas estivessem piorando as ondas de calor.
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em fevereiro deste ano, com essas mudanças causadas pelo homem secas foram provocadas e espera-se que o número de incêndios florestais extremos aumentem 30% nos próximos 28 anos.
Incêndios
Mais de 30 incêndios florestais continuam a devastar partes da Espanha, com as autoridades prestando atenção especial a quatro incêndios em Castela e Leão e na Galiza, na Espanha. Em Losacio, no noroeste da província de Zamora, onde duas pessoas morreram e três ficaram gravemente feridas, 32 aldeias, com mais de seis mil pessoas, foram evacuadas.
Na Galiza, mais de 1.500 pessoas foram retiradas do caminho de quatro incêndios, com vários edifícios danificados. Neste ano, 70.000 hectares foram queimados na Espanha, cerca de duas vezes a média da última década, mostraram dados oficiais antes da onda de calor.
Em Portugal, cerca de 50 municípios, principalmente nas regiões centro e norte, ainda enfrentam risco máximo de incêndios florestais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Mais de mil bombeiros combatem cinco incêndios florestais principais, onde o maior começou no município de Murça, no norte de Portugal, e alastrou-se a dois municípios vizinhos. Centenas de pessoas foram evacuadas de aldeias e um casal de idosos foi encontrado morto na segunda-feira (18) dentro de um carro incendiado.
Grandes incêndios também aconteceram na área de Gironde, no sudoeste da França, onde 34 mil pessoas foram evacuadas. Cerca de dois mil bombeiros apoiados por aviões de bombardeio de água estavam combatendo as chamas, que começaram há uma semana e queimaram cerca de 19.300 hectares.
Na Grécia, os bombeiros combateram 73 incêndios em 24 horas, disse a brigada de incêndio na segunda-feira. A autoridade de proteção civil alertou para um risco muito alto de incêndios em todo o país na terça-feira.
*Com informações de Reuters
