Em Cerro Grande do Sul a utilização de serragem na agricultura tem se mostrado como uma alternativa para resolver um problema ambiental. O cultivo sucessivo de lavouras anuais, principalmente o tabaco, em que é colhida quase toda a parte aérea da planta, não sobrando quase nada de palha no chão para proteger o solo, acaba reduzindo os níveis de matéria orgânica, causando problemas de erosão e baixa fertilidade.
O extensionista rural da Emater/RS-Ascar Antônio Carlos Sperb Paganelli explica, “o município possui cerca de 40 serrarias que produzem, em média, 20 m³ por semana de serragem cada. Isso gera uma produção mensal de cerca de 3.200 m³ por mês. Este resíduo tem um grande potencial poluidor se não tiver uma destinação correta, principalmente pela presença de compostos fenólicos em sua composição”.
Com base nessa realidade, a utilização do resíduo gerado pelas serrarias se torna uma alternativa para a agricultura e tem se mostrado uma opção viável para resolver um problema ambiental, mantendo os teores de matéria orgânica do solo da região.
Para a serragem poder ser utilizada com segurança e eficiência na agricultura, deve passar por um processo biológico de compostagem. “É preferível que essa transformação ocorra em área sombreada de mata antes de ir para as áreas de lavoura. Este processo tem o objetivo de aumentar a atividade biológica no material e diminuir a relação de Carbono/Nitrogênio (C/N) do composto produzido. Essa diminuição da relação C/N é importante para que não ocorra deficiência de nitrogênio nos cultivos subsequentes à aplicação da serragem no solo”, ressalta Paganelli.
Dessa forma, o resíduo das serrarias da região, que poderia ser um agente poluidor, pode vir a ser um excelente insumo agrícola para elevar os níveis de matéria orgânica e fertilidade dos solos da região, desde que sejam passados pelo processo de compostagem realizado por um técnico ou profissional da área. O extensionista destaca que o método já está sendo utilizado por dezenas de agricultores do município e conta com ótimos resultados, tanto econômicos quanto ambientais.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional Porto Alegre
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