Atleta brasiliense se manteve no pelotão da frente desde o início.

Na abertura das provas de atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris, o brasileiro Caio Bonfim brilhou ao conquistar a medalha de prata na marcha atlética dos 20 quilômetros. Este é o primeiro pódio olímpico de Bonfim, de 33 anos, que agora celebra sua quarta participação em Jogos Olímpicos.

A prova, realizada às 8h no horário local (3h no horário de Brasília), contou com 49 competidores que enfrentaram um percurso desafiador pelas ruas de Paris. Desde o início, Bonfim se manteve entre os principais corredores, mostrando determinação e habilidade. Embora tenha liderado a corrida por vários quilômetros, a vitória escapou para o equatoriano Brian Pintado, que cruzou a linha de chegada com o tempo de 1h18min55. Bonfim completou o percurso em 1h19min09, garantindo a prata apesar de enfrentar duas punições ao longo da prova. O espanhol Álvaro Martín assegurou o bronze com um tempo de 1h19min11. A cerimônia de entrega das medalhas será realizada amanhã, no icônico Stade de France.

Os outros dois brasileiros na prova, Max Batista e Matheus Correa, terminaram em 28º e 39º lugares, respectivamente. A conquista de Bonfim marca um avanço significativo, já que ele havia se aproximado da medalha em 2016, quando terminou a marcha na quarta posição. Em suas outras participações olímpicas, em Londres (2012) e Tóquio (2021), seus desempenhos foram abaixo das expectativas, com um não-completamento e uma 13ª colocação, respectivamente.

Além dos Jogos Olímpicos, Caio Bonfim também tem um currículo impressionante com duas medalhas de bronze em Campeonatos Mundiais (2017 e 2023) e três medalhas em Jogos Pan-Americanos (prata em 2019 e 2023, bronze em 2013). Sua trajetória é marcada pelo comprometimento e pela paixão pela marcha atlética, que começou com sua mãe, Gianetti Sena Bonfim, uma atleta e treinadora da modalidade. A família Bonfim, que também inclui seu pai João Bonfim, é responsável pelo Centro de Atletismo de Sobradinho, um projeto social que desenvolve jovens talentos no Distrito Federal.

Em entrevista ao canal Sportv, Bonfim expressou sua emoção: “Todo mundo que um dia viu a marcha disse ‘isso é estranho’. Para mim era normal, minha mãe fazia marcha. Ela fez índice para Atlanta-1996, teve umas mudanças de critérios e ela não foi. Quando eu fui pra Londres eu falei pra ela: ‘quem disse que você não foi para uma Olimpíada?’. E hoje na nossa quarta Olimpíada eu posso virar para minha mãe e falar: ‘Nós somos medalhistas olímpicos, nós somos medalhistas olímpicos!’”

Marcha Atlética Feminina

Na competição feminina, também realizada hoje, as brasileiras não conseguiram medalhas. Erica Sena foi a melhor colocada, terminando na 13ª posição, enquanto Viviane Lyra ficou em 18º lugar. A vitória foi para a chinesa Jiayu Yang, com um tempo de 1h21min47. A prata foi para a espanhola María Pérez, e o bronze para a australiana Jemima Montag.

Próximos Desafios

O revezamento misto de marcha atlética, uma novidade nos Jogos Olímpicos, está programado para o dia 7 de agosto. Nesta prova, um homem e uma mulher alternam-se em percursos de 10 km cada, totalizando 42,195 km, a distância de uma maratona. O Brasil será representado por Caio Bonfim e Viviane Lyra.

A equipe feminina de ginástica artística do Brasil fez história na tarde desta terça-feira ao garantir a medalha de bronze na competição por equipes dos Jogos Olímpicos de Paris. O feito marca a primeira vez que o Brasil sobe ao pódio na disputa por equipes na modalidade durante uma edição dos Jogos Olímpicos.

Formada por Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares, a equipe brasileira somou 164.497 pontos. O time ficou atrás apenas dos Estados Unidos, que conquistou o ouro com um total de 171.296 pontos, e da Itália, que levou a prata com 165.494 pontos.

Com esta conquista, a ginástica brasileira acumula agora um total de sete medalhas em Jogos Olímpicos. O primeiro ouro veio com Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012, seguido por uma prata do mesmo atleta em 2016 no Rio de Janeiro. Também em 2016, Diego Hypolito e Artur Nory conquistaram, respectivamente, uma prata e um bronze no solo. Nos Jogos de Tóquio 2020, Rebeca Andrade brilhou com um ouro no salto e uma prata no individual geral, marcando a primeira vez que a ginástica feminina brasileira subiu ao pódio olímpico.

Após a conquista do bronze, as ginastas brasileiras se preparam para mais quatro finais na ginástica artística. Rebeca Andrade competirá em quatro disciplinas: trave, individual geral, salto e solo. Julia Soares buscará um lugar no pódio na trave, e Flavia Saraiva representará o Brasil no individual geral.

Emocionada, Julia Soares compartilhou seus sentimentos: “Fiquei muito feliz, eu não consegui conter o choro. Chorei muito, porque sabemos o quanto cada uma trabalha e se dedica todos os dias nos treinos. Ver essa medalha aqui no nosso peito é gratificante.”

Flavia Saraiva, que sofreu uma queda durante o aquecimento e machucou o supercílio, também expressou sua satisfação: “Graças a Deus, conseguimos terminar a competição inteira. Dei o sangue, literalmente, e o resultado veio. Estou muito feliz de ter conquistado essa medalha por equipe. Competir por equipe é a melhor competição, principalmente para mim, que me sinto muito abraçada pela minha equipe. Nós nos amamos muito e trabalhamos todos os dias para ter o nosso melhor resultado.”

O bronze da equipe feminina de ginástica artística é a quarta medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris, somando-se à prata de William Lima no judô e aos bronzes de Larissa Pimenta, também no judô, e Rayssa Leal, no skate street. A conquista destaca o crescente sucesso do Brasil no cenário olímpico e a dedicação das atletas que têm brilhado em suas respectivas modalidades.

Gabriel Medina e a Foto da Perfeição: O Momento Inesquecível Registrado por Jérôme Brouillet

Em um dia marcado para a história dos Jogos Olímpicos, a competição de surfe no Taiti ofereceu um momento épico que se eternizou não apenas pelas ondas, mas também pela fotografia que capturou a essência da vitória. Gabriel Medina, o ícone brasileiro do surfe, enfrentou o japonês Kanoa Igarashi nas oitavas de final, buscando redimir-se da derrota sofrida na Olimpíada de Tóquio. E ele conseguiu – com uma performance que ficou para sempre registrada pela lente do fotógrafo Jérôme Brouillet, da Agence France-Presse (AFP).

A Onda Perfeita e a Captura do Momento

No terceiro dia de competição, Medina não apenas derrotou Igarashi, mas fez história com uma onda quase perfeita, avaliada em 9.90 pontos, a maior pontuação já registrada na história dos Jogos Olímpicos. O momento de êxtase do brasileiro foi perfeitamente capturado por Brouillet, que estava no local certo e no momento exato.

“Eu estava observando as condições perfeitas e as ondas maiores do que o esperado”, relatou Brouillet ao The Guardian. “Quando Medina surgiu da onda, eu consegui tirar quatro fotos, e uma delas se destacou.” A foto em questão mostra Medina saltando da prancha, com a prancha voando paralelamente a ele, um instante de pura beleza e energia.

O Impacto Viral

A foto rapidamente se tornou um sucesso viral nas redes sociais. “Estava olhando meu telefone e vi várias notificações após a foto ser compartilhada pela ESPN. Foi um momento marcante, e muitas pessoas realmente adoraram. Não é uma foto de surfe comum, por isso chama a atenção de mais pessoas”, comentou Brouillet.

O post de Medina no Instagram, celebrando a foto e sua classificação para as quartas de final, gerou um frenesi de mais de 2,4 milhões de curtidas, com diversos elogios, incluindo uma mensagem humorística do próprio Igarashi: “P*** nem deixou uma para gente kkkkk (rir para não chorar)”, escreveu o surfista japonês.

Reflexão sobre a Nota

Embora Medina tenha avançado para as quartas de final, ele expressou sua frustração com a nota atribuída. “Senti que era um 10”, disse o tricampeão mundial da WSL. “Já fiz uns 10s antes e achei que este definitivamente merecia um 10.” Apesar de sua opinião sobre a nota, a foto de Brouillet captura um momento de perfeição que transcendeu as marcas.