A Polícia Civil anunciou, nesta segunda-feira (16), o encerramento da investigação do atropelamento que causou a morte de Gelson da Silva no dia 3 de janeiro, na Avenida Tronco, zona sul de Porto Alegre.
Silva, de 69 anos, não tinha as pernas e atravessava a avenida apoiado sobre as mãos quando foi atingido por dois carros que participavam de um racha. Após o atropelamento, um dos envolvidos, que dirigia um HB20, tentou seguir em fuga, mas foi detido por populares. Já o motorista de um Voyage conseguiu escapar do flagrante.
Na última sexta-feira (13), foi expedido um mandado de prisão preventiva em desfavor do condutor do Voyage. Ele não foi localizado pelos policiais, contudo, se apresentou na delegacia no mesmo dia, acompanhado pela advogada. O homem não possuía carteira de habilitação.
O motorista do Voyage não assumiu a participação na corrida ilícita e alegou que estava em alta velocidade porque achou que seria assaltado pelo condutor do HB20. A defesa entrou com um pedido de habeas corpus.
A polícia, no entanto, constatou que ambos os envolvidos no acidente eram conhecidos na região por participarem de rachas. Ainda, os agentes encontraram evidências de que dias antes do atropelamento o último preso havia participado de um racha na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, também na zona sul da capital gaúcha.
O delegado responsável pela investigação, Cesar Carrion, indiciou os dois suspeitos, ambos de 22 anos, por disputa automobilística ilegal, crime previsto no artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro, cuja pena pode chegar a 5 a 10 de anos de reclusão. Segundo ele, caso fossem indiciados por homicídio, os homens poderiam ser inocentados, visto que o crime de homicídio com dolo eventual é envolto de controvérsia jurídica.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público que avaliará se oferece ou não denúncia contra a dupla.
