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segunda-feira, novembro 25, 2024

Preço pago ao produtor de tabaco aumenta no final da safra, mas plantio deverá ser menor em 2022

Dados foram apresentados pela Afubra durante reunião da Câmara Setorial do Tabaco, que tem novo coordenador

Na primeira reunião virtual do ano da Câmara Setorial do Tabaco, na tarde da quarta-feira (14/07), a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) apresentou os números da safra 2020/2021.

A estimativa, de acordo com os dados levantados até agora e ainda não consolidados, é de uma produção de 283.479 toneladas em uma área de 123.257 hectares, com uma produtividade de 2.300 kg/hectare. O Rio Grande do Sul, em conjunto com Santa Catarina e Paraná, responde por 98% da produção de tabaco do país. Na região sul, vão ser colhidas 631.651 toneladas em 273.356 hectares, com uma produtividade de 2.311 kg/hectare.

O número de famílias trabalhando na atividade reduziu 3,39% na safra 2020/2021 em relação à safra 2019/2020, quando 73.490 plantaram fumo. Nesta safra, foram 70.997 famílias. Nos três estados do Sul, a queda foi maior, de 6,02%, totalizando 137.618 na safra 2020/2021, contra 146.430 famílias na safra 2019/2020.

Já os preços pagos ao produtor gaúcho aumentaram em todas as variedades de tabaco nesta safra em relação à safra passada.

Variedade Virgínia: R$ 10,32/kg nesta safra contra R$ 8,82 na safra passada, aumento de 17,01%.

Variedade Burley: R$ 9,97/kg nesta safra contra R$ 8,11 em 2019/2020, aumento de 22,93%.

Variedade Comum: R$ 7,51/kg nesta safra contra R$ 6,29 na safra passada, aumento de 19,4%.

A previsão para a próxima safra é de redução no número de pés plantados no Rio Grande do Sul: 9,7% na variedade Virgínia, 12,75% na Burley e 12,7% na Comum.

“Talvez esta redução no plantio acabe não sendo tão significativa, porque o preço pago ao produtor no final da safra foi muito bom. Os produtores prejudicados foram aqueles que comercializaram no cedo”, afirma o novo coordenador eleito na reunião da Câmara Setorial, Romeu Schneider, que faz parte da Diretoria da Afubra.

Durante a reunião, foi apresentada a Instrução Normativa nº 02/2021, publicada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), que regulamenta a atuação das Câmaras Setoriais e define que a coordenação ficará a cargo de alguma cadeia produtiva com mandato de dois anos. A Câmara tem caráter consultivo e é um instrumento de interlocução entre o setor privado e o setor público.

O novo coordenador ressaltou que a Câmara Setorial do Tabaco tem por base quatro pilares: governo, produtores, trabalhadores na indústria e indústria. “É necessário harmonizar os quatro lados que são extremamente importantes para que esta atividade econômica funcione”, ressaltou Romeu Schneider, que também é o atual coordenador da Câmara Nacional do Tabaco do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Entre os encaminhamentos da reunião, a elaboração de um calendário anual de reuniões, a mudança na configuração da Câmara, onde foi feita a sugestão de que as atuais entidades convidadas passem a fazer parte formalmente: Farsul, Famurs, Emater, Frente Parlamentar em Defesa do Tabaco, Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa, Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (AMVARP) e Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco).

A reunião contou também com apresentação do trabalho desenvolvido pela Emater com os projetos de diversificação do tabaco para agricultores familiares, desenvolvidos com 2.940 famílias de 33 municípios gaúchos. Entre as principais atividades a bovinocultura de corte, milho, fruticultura, horticultura, apicultura, piscicultura e agroindústria.

No final da reunião, foi apresentado o programa de irrigação Mais Água Mais Renda, desenvolvido pela SEAPDR. Na área de irrigação da cultura do tabaco, entre os anos de 2012 e 2021, foram 238 projetos em 797 hectares, com a construção de 215 açudes e 71 hectares de área alagada. Os principais municípios beneficiados foram São Lourenço do Sul com 58 projetos e 191 hectares e Canguçu, com 46 projetos e 179 hectares.

A licença de operação do programa concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi prorrogada até novembro deste ano, quando não poderá mais ser utilizada. Novos projetos para irrigação estão em discussão no governo.

Presentes na reunião da Câmara Setorial: Afubra, Fetag, Farsul, Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa), Famurs, Emater, Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa,  Frente Parlamentar em Defesa dos Produtores da Cadeia Produtiva do Tabaco da Assembleia Legislativa,  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), empresa Japan Tobacco International (JTI) e representantes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR).

Por Maria Alice Lussani

Redação CLICR
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