O RS é o maior produtor nacional de azeitonas e de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Olivicultura, o Estado cultiva atualmente mais de 6.000 hectares. São cerca de 200 olivicultores cadastrados, 10 dez unidades agroindustriais extratoras de azeite e mais de 30 marcas do produto.
Considerando-se que mais de 99% do azeite e das azeitonas em conserva consumidos no país são importados, o investimento no setor é promissor e o desafio, atualmente, é aumentar a produção. O Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e a produção nacional corresponde a apenas 0,3% do consumo brasileiro.
Já o município de Sentinela do Sul está entre os maiores produtores de azeite de oliva do RS. Em 2016, uma propriedade localizada as margens da BR 116, sediou a abertura oficial da colheita da oliva no RS.
A cultura tem crescido no município, principalmente em áreas empresariais, e buscando conhecer um pouco mais sobre o cultivo de oliveiras e sua rentabilidade, o Portal ClicR procurou Vagner Giordani, vereador e técnico agrícola que presta assistência técnica junto a empresa Galenus, do empresário Roberto Carlos Moreira.
Sobre a oliveira: A oliveira é uma árvore perene, sempre verde que pode viver e produzir azeitonas por mais de um século. Em alguns casos raros, relatou-se que as oliveiras vivem e produzem brotos em uma idade de 1800 anos. A árvore atinge uma altura 15-65 pés (5-20 metros). Como acontece com a maioria das árvores, a altura da árvore é afetada pela vivacidade do material ou da variedade, as condições de solo e clima e, finalmente, os métodos de cultivo utilizados. O tronco é cilíndrico, liso nas árvores jovens e esburacado nas mais velhas, porque pedaços de tamanho variável aparecem conforme o tempo passa.
Entrevista com o técnico agrícola Vagner Giordani
Regional – Vagner, ao que se deve este aumento na área cultivada com oliveiras no município. É um bom investimento?
Vagner: Hoje no Estado do Rio Grande do Sul, depois de vários testes de zoneamento, a olivicultura ganhou espaço de crescimento a área plantada, e aqui no município que está dentro desta área de zoneamento teve um bom crescimento nesta área de plantio. A oliveira exige um solo muito bem corrigido, por isso com suas exigências é um plantio de alto investimento de correção de solo, plantio, tratos culturais etc..
Regional – Como ocorre o plantio das oliveiras e quanto tempo leva para a colheita?
Vagner: O plantio das oliveiras ocorre através de mudas sendo transportadas do viveiro para a área escolhida, onde será o pomar. Sua produção vem através de um bom cuidado, onde os estudos apontam de ter uma boa produção após os 8 anos, desde que a planta foi plantada no solo. Atualmente em nossa região há uma variedade que começou a produzir com 5 anos, mas é uma produção pequena com essa idade.
Regional – É rentável cultivar oliveiras em uma pequena propriedade e qual o investimento necessário?
Vagner: A rentabilidade vem após os oito anos, porque o plantio de Oliveira é um investimento a longo prazo.
Regional – Qual é o clima ideal para uma boa produtividade nas oliveiras?
Vagner: O clima que ela exige é um clima temperado, precisa de calor e frio, ela não gosta de solo com muita umidade (solos encharcados). Hoje vejo uma boa opção para a agricultura familiar, o próprio agricultor vai cuidar que diminuiria os custos com mão de obra, e que ele pode agregar ovelha ou terneiro junto ao pomar. Há um projeto da empresa Galenus de se instalar aqui no município, o que facilitará o beneficio dessa fruta para a produção de azeite.
Incentivo à produção
Lançado em julho de 2015, o Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura, o Pró-Oliva, da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), visa fomentar e apoiar os produtores e consolidar a olivicultura.
Entre as ações do programa constam a defesa sanitária e a produção de mudas de qualidade, o aumento da produção e produtividade dos olivais por meio da assistência técnica da Emater/RS-Ascar, prefeituras ou iniciativas privadas e também por meio da pesquisa, industrialização de azeites e conservas e linhas de financiamento para estimular a produção.
Principais municípios produtores no RS
Canguçu, Pinheiro Machado, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Santana do Livramento, Bagé, Barra do Ribeiro, Sentinela do Sul.
Variedades mais cultivadas no estado
Arbequina, Koroneiki, Picual, Frantoio, Arbosana, Coratina
*Fontes: Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) / Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr)