Em São Gabriel, na região da campanha, já estão semeando arroz. O técnico orizícola Rogério Cantarelli, do 1º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Instituto Rio Grandense do Arroz, informa que os trabalhos estão em andamento em uma propriedade da localidade do Inhatinhum.
“O produtor Giovane Sari começou nesta semana a semeadura de arroz em uma área total de 100 hectares. Ele está usando a cultivar IRGA 424 RI e deve concluir os trabalhos neste domingo (23)”, afirma Cantarelli.
Outras cidades do Estado também já registraram áreas semeadas, como Santo Antônio da Patrulha e Alegrete. “Essas são semeaduras mais precoces. No caso de Santo Antônio da Patrulha, onde a semeadura é no sistema pré-germinado, vamos acompanhar o desenvolvimento da lavoura e o efeito destas baixas temperaturas. Já nas lavouras semeadas no seco em sistemas de plantio direto ou cultivo mínimo, a semente fica guardada no solo, mas não tem temperatura para iniciar o processo de germinação ainda. Só vai emergir daqui 20 ou 30 dias, dependendo das condições climáticas”, comenta o diretor técnico do Irga, Ivo Mello.
As equipes dos Nates ainda estão fazendo o levantamento e nos próximos dias o Irga deverá divulgar a intenção de semeadura para a safra 2020/2021.
Mello, no entanto, antecipa um problema que pode afetar a próxima safra: a disponibilidade hídrica dos reservatórios. “Hoje, a situação é crítica. Na fronteira oeste, por exemplo, as informações que temos até o momento indicam disponibilidade de 70% em açudes e barramentos. E na zona sul, campanha e planície costeira interna, a média é de apenas 40% de disponibilidade. Se não chover um pouco acima do normal nos próximos 60 dias estamos estimando uma deficiência no Estado de, mais ou menos, uns 15%, considerando todas as fontes de água para irrigação (rios, lagos e reservatórios). Mas nossas equipes dos escritórios municipais ainda estão levantando com mais detalhes esses dados para oferecermos uma informação mais precisa”, acrescenta o diretor técnico do Irga.