Na primeira edição do Febrac Debates, evento virtual organizado pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), no seu canal do YouTube, na noite da quarta-feira (27), produtores e autoridades debateram ferramentas para combater os crimes rurais. Duas propostas foram feitas para melhorar as ações já desenvolvidas pela Brigada Militar e Polícia Civil. Uma delas é a retomada da relação mais próxima com quem vive no campo. A outra, é a assinatura da alteração do decreto que modificou a forma de atuação das delegacias especializadas em crimes rurais.
Quem apresentou as proposições foi Luiz Felipe Barros, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária. “O primeiro degrau foi termos a Polícia Civil e a Brigada Militar ombreando conosco, mas agora precisamos avançar”, disse o dirigente. Ele fez referência a um trabalho realizado pela Polícia Militar de Goiás e que conheceu ao visitar aquele estado. “Sou neto de coronel da Brigada e sei que pessoal gosta daquela visita para uma conversa, conhecer melhor a realidade”, contou.
O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas Soares, citou que a corporação já busca uma melhora no atendimento às Patrulhas Maria da Penha com um sistema de controle online e via GPS das rotas dos policiais. “Estamos copiando o que existe em Goiás e no Distrito Federal e adaptando para a nossa realidade”, contou o policial. Ele também contou que dados da Secretaria da Agricultura estão sendo usados para mapear as propriedades e otimizar, com dados de inteligência, o policiamento.
A outra demanda direcionada à Polícia Civil refletiu a fala da produtora Antonia Scalzilli, que preside comissões sobre o tema tanto na Febrac quanto no Instituto. “Estamos aguardando que seja desfeita a alteração nas Decrabs. Sabemos que sempre que muda um governo ou uma chefia, temos que realinhar horizontes, poderíamos aproveitar a Expointer”, destacou. Segundo ela, os produtores querem ações e não mais ficarem à mercê de vontades políticas.
Ao ser provocado para que a demanda dos produtores seja atendida durante a Expointer, o delegado Nedson Ramos de Oliveira, que chefia o Departamento de Polícia do Interior, ressaltou que há uma tramitação em andamento dentro da Secretaria da Segurança Pública. Ele destacou que as delegacias especializadas em crimes rurais e abigeato perderiam o status atual, mantendo um núcleo especializado, sob o guarda-chuva da Decrab de Bagé. “Bagé teria a coordenação operacional e de inteligência. Vimos que a divisão do Estado em quadrantes não deu o resultado esperado”, explicou o delegado.
João Francisco Bade Wolf, presidente da Febrac, também sugeriu a disseminação do aplicativo que contém as marcas dos animais registradas nas prefeituras. “Antigamente, era preciso abrir a prefeitura, folhear um livro para identificar o dono daquele animal”, contou. Ele também ressaltou a importância do debate, que teve como tema a construção de pontes. “Não podemos perder para o crime organizado que parece estar sempre à frente”, destacou o dirigente.
Fonte: Febrac