O programa Duas Safras, uma realização conjunta da Farsul, Senar-RS, Embrapa, ABPA, Fecoagro/RS, Asgav e Federarroz, foi lançado oficialmente nesta quarta-feira (20/4) com a presença do Governador Ranolfo Vieira Júnior, secretários de estado, parlamentares e lideranças do agronegócio. O evento aconteceu no galpão Crioulo do Palácio Piratini. A meta do projeto é ampliar em 40% a produção agropecuária gaúcha, o que significaria um impacto no PIB do estado em torno de 7%, aproximadamente R$ 31,9 bi.
O projeto é uma ação conjunta entre as entidades desde sua concepção até a execução. Todo trabalho consiste na análise das características de cada uma das regiões e o resultado não impactará apenas em aumento de produtividade, mas trará reflexos também no campo econômico e social do estado.
Os reflexos seriam de um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 8,84 bilhões. O impacto no PIB do Estado seria de 6,92%, representando R$ 31,9 bilhões, além da geração de 24 mil empregos diretos na agropecuária. Foram elencados quatro temas a serem trabalhados dentro da ideia de respeitar as características geográficas e climáticas do RS: cereais de inverno, integração lavoura-pecuária, milho e qualidade dos grãos.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, lembrou que a ABPA procurou a Farsul preocupada com a escassez da oferta de milho para a ração animal no Rio Grande do Sul, obrigando a importação do produto e, consequentemente, o aumento dos custos e perda de renda do produtor. Isso deu início às conversas que resultaram no convite à Embrapa, que já vinha desenvolvendo pesquisas no uso do trigo e outras culturas de inverno para a substituição do milho na alimentação animal, principalmente para suínos e aves. “Nos últimos dez anos não crescemos mais por falta do cereal e nos sentimos desafiados. Pela logística, do centro oeste não virá mais. Ou nós resolvemos o problema no Rio Grande ou não teremos mais essas culturas. Podemos aumentar a produção de milho através da irrigação na metade sul. Nós temos que buscar a solução e hoje o Ministério Público Estadual, formado por pessoas altamente sensíveis, entenderam o problema e estão trabalhando pelas buscas de soluções. A solução é nossa, a solução é gaúcha e se conseguirmos daremos um grande salto”, garantiu.
Ele destacou as possibilidades existentes para o aumento da produção agrícola, mas lembrou que é preciso coragem. “Precisamos ousar, o Rio Grande do Sul precisa ousar. Temos que ter consciência do que nós significamos neste país continental. O Brasil já é hoje uma potência agrícola mundial. Estamos nos primeiros lugares em exportação de diversos produtos. Isso nos dá condições de nos credenciarmos para daqui 15 anos sermos a maior potência agrícola do mundo”, afirmou.
A primeira fase do programa se estende ao longo de 2022. Serão realizados dez fóruns nos quais as temáticas irão considerar as características de cada região, visando o planejamento da próxima safra. A expectativa é de que cada edição do fórum receba um público estimado entre 300 e 500 produtores, que funcionarão como multiplicadores do conteúdo apresentado.
Fonte: Sistema Farsul e Gov. RS