A cultura de batata doce possui grande importância econômica para agricultores familiares de Mariana Pimentel, tanto que o município da região Centro Sul é considerado o maior produtor do tubérculo no Estado. Além disto, segundo dados da Ceasa/RS de 2020, 39% do abastecimento de batata-doce comercializado na central é oriunda de Mariana Pimentel. São cerca de mil hectares cultivados por 86 famílias envolvidas diretamente com o plantio e comercialização. As principais variedades produzidas são a canadense e cabeluda, ambas de casca rosa, e as de casca branca mais encontradas são a catarina e curitibana. A produtividade média municipal é de 18 toneladas por hectare, considerada baixa se comparado com o potencial ofertado pelas variedades cultivadas, avalia a extensionista da Emater/RS-Ascar, Fernanda Silva Corrêa.
Apesar da importância da cultura para o município, observa-se que a área de cultivo vem sendo reduzida gradativamente nos últimos anos, por conta de diversos fatores que afetam o setor. Buscando alternativas para melhorar este cenário, a equipe da Emater/RS- Ascar, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura de Mariana Pimentel, fez um trabalho de identificação de variedades de maior importância no município e dos principais fatores limitantes. Segundo Fernanda, foi observado que a diminuição da produtividade e da qualidade da batata-doce estão intimamente ligadas a sanidade do material propagativo, bem como a redução da fertilidade do solo. Para mitigar o problema, foram adotadas estratégias de recuperação da fertilidade dos solos e manejo sanitário das mudas.
Com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) foram realizados em 2020/2021 os procedimentos de limpeza clonal (tratamento para a retirada de doenças, em especial as viroses) de exemplares de oito variedades consideradas de valor comercial, coletadas com produtores da região. As variedades que passaram por limpeza clonal foram caraá roxa, uruguaiana, cabeluda, catarina, caraá branca, beauregard, tubiana e curitibana.
Em setembro de 2021, após o processo de limpeza, as mudas matrizes foram enviadas para o Horto Municipal de Mariana Pimentel para a propagação. Atualmente as mudas estão sendo entregues aos agricultores para a produção de viveiros de ramas para a próxima safra. “Com este trabalho, espera-se que tenhamos um desenvolvimento vegetativo melhor, impactando na qualidade da batata doce e também no aumento da produtividade”, comenta Fernanda.
A Emater/RS-Ascar ressalta que os esforços em melhorar a qualidade do solo e limpeza clonal estão sendo feitos para que, mesmo que haja uma diminuição de área, se amplie a produtividade por hectare e que o município permaneça sendo referência na produção deste tubérculo.
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