Doença preocupa após enchentes que assolam o estado
A Secretaria de Saúde de Venâncio Aires confirmou, nesta terça-feira (21), a segunda morte por leptospirose no Rio Grande do Sul. A vítima, um homem de 33 anos, residente na cidade, teve contato com águas contaminadas pelas enchentes, mesmo utilizando botas de proteção.
Este mês, o município já registrou 2 outros casos da doença, sem óbitos até então.
Alerta em todo o Rio Grande do Sul:
A primeira morte por leptospirose no estado foi registrada em Travesseiro, no Vale do Taquari. A vítima era um idoso de 67 anos. Até o momento, existem 19 casos confirmados da doença em todo o Rio Grande do Sul.
O que é leptospirose?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de animais como ratos, cães e gatos. A bactéria se espalha facilmente em épocas de chuva forte, alagamentos e solos úmidos, podendo infectar pessoas por contato direto ou indireto com a urina contaminada.
Embora a leptospirose seja considerada endêmica no estado – ou seja, em circulação sistemática no ambiente –, episódios como alagamentos aumentam o risco de infecção.
O que é a leptospirose e como ela é transmitida
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa.
Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Embora na maioria das vezes a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar até mesmo a falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.
Como se prevenir
Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água. Durante a limpeza e desinfecção de locais onde houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água ou lama contaminadas. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.
Outras medidas ajudam a evitar a presença de roedores: manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados e a cozinha limpa, sem restos de alimentos; retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer; manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos e lixo nos quintais.
Sintomas:
Febre alta repentina
Dor de cabeça
Dores no corpo (panturrilha, costas, abdômen)
Perda de apetite
Vômito
Diarreia
Calafrios
Sintomas graves:
Icterícia (pele e olhos amarelados)
Insuficiência renal
Hemorragias, principalmente pulmonares
Prevenção:
Evite contato com água e lama contaminadas
Use botas e roupas de proteção ao entrar em áreas com risco
Lave as mãos com frequência
Mantenha animais domésticos em ambientes limpos
Ratos: controle de roedores em casa e no entorno
Em caso de suspeita:
Procure atendimento médico imediatamente
Informe ao médico sobre o contato com água ou lama contaminada
O diagnóstico é feito por exames de sangue e urina
O tratamento com antibióticos é essencial, principalmente nos primeiros dias
Lembre-se:
A leptospirose é uma doença grave, mas com diagnóstico e tratamento precoces, as chances de cura são altas. Esteja atento aos sintomas, tome medidas preventivas e procure um médico em caso de suspeita.
Fontes de informação:
Secretaria de Saúde de Venâncio Aires
Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul
Ministério da Saúde