A partir desta quinta-feira (15/04), os dias de outono já poderão ter um gostinho especial. É que uma portaria do Ibama libera a colheita e comercialização do pinhão no Estado.
O objetivo de se estabelecer uma data para início da colheita e do comércio é permitir a plena maturação das pinhas e a sua debulha natural de forma a proteger a reprodução da araucária, que é considerada espécie em extinção no Estado, e garantir a alimentação da fauna que vive nos remanescentes da Floresta com Araucária.
No Rio Grande do Sul, a média histórica de produção gira em torno de 900 toneladas de pinhão por safra. Mas conforme levantamento realizado pelos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar junto aos agricultores extrativistas nas regiões produtoras, estima-se que em 2021 se colha entre 30 a 100% a mais de pinhão comparativamente à safra do ano anterior, variando conforme o município e região.
Em São Francisco de Paula, que é o maior produtor gaúcho, a estimativa de produção para este ano fica em torno de 120 toneladas, envolvendo aproximadamente 150 famílias da agricultura familiar. As pinhas e pinhões também devem apresentar boa qualidade e sanidade. A colheita é manual e se concentra no período que vai de abril a junho, podendo haver alguma oferta até meados de setembro, proveniente das variedades tardias.
A engenheira florestal Adelaide Juvena Kegler Ramos, extensionista rural da Emater/RS-Ascar, ressalta que nas regiões produtoras o pinhão é um produto importante na formação da renda ou mesmo no sustento nas unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente. Segundo ela, como a safra está iniciando, a comercialização ainda está bem discreta e a estimativa de preços apresenta bastante oscilação, partindo de R$ 3,50 o quilo na venda realizada a intermediários/atravessadores, até R$ 12,00 em supermercados.