Cerro Grande do Sul – Com o início do ano letivo 2022 se aproximando a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) de Cerro Grande do Sul está fazendo os ajustes para que as aulas possam começar, porém uma decisão do setor em fechar a escola municipal Antônio José Pereira levantou uma discussão que está dando o que falar na comunidade de Data dos Tavares.
Numa reunião com pais e representantes da comunidade na manhã desta sexta-feira, 04 de fevereiro, uma equipe da Smec, capitaneada pelo secretário Júlio César Doze, anunciou oficialmente o fechamento da escola.
Com a decisão os alunos matriculados na instituição devem ser transferidos para as escolas José de Alencar, em Cinco Estufas, e Fortaleza, na sede municipal, sendo garantido o transporte escolar, entre as demais obrigações vigentes atribuídas ao Município.
A decisão dos gestores municipais se baseia na economia que a medida deve gerar ao município, uma vez que pela quantidade de matrículas, 59 até o momento, seria muito dispendioso manter a estrutura com equipe de professores, serventes, monitores e todo o restante de custo que incide para o funcionamento da escola.
Um relatório de análises, com a finalidade do fechamento da escola, apresentado pelos gestores municipais demonstra que ao longo dos últimos 11 anos a escola vem tendo reduzido o número de alunos, passando de 168 em 2010, para 64 em 2021.
A notícia do fechamento da escola não foi bem aceita por grande parte dos integrantes da comunidade que defendem que haja mais esforço da administração pública em manter a instituição de ensino funcionando.
Durante a reunião as discussões chegaram se acalorar entre o secretário Doze e o vereador Dioninha (PSL), que é morador de Data dos Tavares, e que também compõe a base do governo na Câmara Municipal. Eles já haviam se desentendido publicamente em uma oportunidade recente, por ocasião da concessão de vale alimentação aos servidores públicos municipais, quando a iniciativa do projeto foi reivindicada por ambos.
Dioninha reclamou que embora o assunto sobre o fechamento da escola já havia sido levantado há mais tempo, a reunião para anunciar a decisão foi marcada de um dia para o outro prejudicando o debate na comunidade.
“Aqui o pessoal trabalha na lavoura e nem sinal de telefone ou de internet pega. Marcaram uma reunião no meio dia da quinta-feira (03), para acontecer na sexta-feira (04) de manhã. Já vieram com a decisão tomada”, colocou.
O vereador afirma ainda que a atual administração municipal havia prometido que não fecharia a escola e que também não fez o zoneamento da educação que, segundo ele, poderia captar cerca de 15 alunos a mais.
No relatório apresentado pela Smec os gestores afirmam estarem cientes da resistência ao fechamento da escola por fatores culturais de amor e tradição e garantem que já foram implementadas diversas ações na tentativa de evitar a decisão em questão, mas que restam esgotadas as alternativas.
A administração sugere ainda no documento que o salão de eventos e a quadra de esportes da escola seja cedido para uso da comunidade e da Associação de Agricultores de Data dos Tavares, e que esta proposta deverá ser remetida à Câmara Municipal.
Com a falta de consenso entre as partes durante o encontro, uma nova reunião, desta vez com a presença do prefeito Gringo, foi pedida pela comunidade e ficou marcada para ocorrer na escola na segunda-feira (07).
Nas redes sociais da internet lideranças da comunidade de Data dos Tavares iniciaram uma campanha pela manutenção do funcionamento da escola, onde destacam que a instituição é uma das mais antigas do município e que foi construída numa ação integrada entre poder público e moradores os quais ergueram o prédio e ao longo dos anos têm se esforçado em ações para que a estrutura fosse melhorada no sentido de atender as necessidades da educação na comunidade.