O Brasil registrou 12,3 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em agosto. A taxa é de 11,8%, queda em relação ao trimestre encerrado em maio, quando era de 12,3%. A queda, no entanto, foi puxada por um número recorde de trabalhadores informais, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).
Entre junho e agosto, 684 mil trabalhadores entraram no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012. Desse total, entretanto, 87,1% entraram no mercado na via informal. Com isso, segundo o IBGE, 41,4% da população ocupada se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser produzido. Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). Os empregados sem carteira assinada totalizaram 11,8 milhões de pessoas e os por conta própria somaram 24,3 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em agosto, os maiores contingentes da série histórica, iniciada em 2012.
Entre os setores, a ocupação cresceu em relação ao trimestre anterior na indústria (2,3%, ou mais 272 mil pessoas) e na construção (2,8%, ou mais 181 mil pessoas). Na construção, foi o primeiro aumento significativo após sete trimestres, enquanto a indústria cresceu pelo segundo trimestre consecutivo, acumulando 545 mil novos postos de trabalho nesse período. “No caso da construção, é um grupamento que sofreu muito com a crise. Essas obras paradas demitiram muitos trabalhadores de ‘chão de fábrica’. A gente precisa aguardar mais edições da pesquisa para entender se isso sinaliza uma recuperação”, avaliou Cimar Azeredo, diretor adjunto de Pesquisa do IBGE.