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Cerro Grande do Sul
sábado, novembro 16, 2024

Vereadores sulcerrograndenses aprovam criação de emendas parlamentares municipais

Ao modelo dos deputados federais, vereadores poderão indicar aplicação de parte do orçamento municipal através e emendas individuais impositivas

Por sete votos a um os vereadores de Cerro Grande do Sul aprovaram, na sessão legislativa ordinária do dia 12 de novembro, a Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal n° 0001/2018, que institui o Orçamento Impositivo e dispõe sobre a execução orçamentária e financeira da programação, incluída por emendas individuais do Legislativo Municipal em Lei Orçamentária Anual, no limite de 1,2% da receita corrente líquida prevista, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.

A matéria já havia sido votada em primeiro turno na sessão ordinária de 29 de outubro, quando também havia sido aprovada.

Na prática a proposta cria emendas parlamentares municipais, possibilitando cada vereador a indicar projetos, ações e serviços públicos de execução orçamentária e financeira obrigatória, desde que atendam normas técnicas e que estejam dentro do limite financeiro individual ou coletivo correspondente.

Com base em números atuais cada vereador teria disponível cerca de R$ 24 mil ao ano, em emendas, para indicar a utilização pelo Executivo, sendo que metade disso, R$ 12 mil, teriam que ser destinados obrigatoriamente ao setor da saúde.

O único vereador contrário à proposta, Aroldo Lopes (MDB), líder do governo na Câmara, manteve a posição do primeiro turno e usou a tribuna para justificar sua decisão, quando considerou que a medida é desnecessária, visto que na forma atual o orçamento é integralmente aplicado em serviços públicos pelo Executivo e que o fato de ser impositivo e passar por indicações não vai interferir no volume de ações do governo, mas apenas direcioná-las.

“Sempre fui contrário às emendas, mesmo as dos deputados e senadores, pois elas servem somente pra negociação de votos, em campanhas eleitorais. Aqui no município, graças a um bom trabalho político de nossas lideranças de vários partidos, temos sido agraciados com recursos federais de emendas, mas e onde falta essa articulação?”, questionou o vereador.

Já o vereador João de Deus (PP), ao discutir a matéria, afirmou pensar diferente do colega e justificou sua defesa à proposta como uma forma de empoderamento dos vereadores permitindo-lhes corrigir possíveis desatenções da administração municipal no atendimento de demandas básicas das comunidades.

“Acho que temos que ter sim o direito a emendas. Só assim muitas vezes vamos poder garantir que nossas indicações sejam atendidas. Aquela parada de ônibus, por exemplo, que deveria ter sido construída, mas que ficou no esquecimento e outras tantas ações importantes com as quais poderemos colaborar”, exemplificou João.

Da mesma forma o vereador Alairto Raphaelli (PP) acredita que esta é uma inovação necessária e que fará a diferença no papel dos legisladores, a partir de sua implantação.

“Queremos trazer algo novo para essa Casa. Inovar de uma forma que os vereadores tenham capacidade de promover algo concreto para a população”, colocou.

Para que seja validada a proposta precisa ser sancionada pelo prefeito municipal Sergio Silveira da Costa. O administrador disse que antes de dar um parecer definitivo sobre a matéria vai se reunir com a assessoria jurídica municipal e com demais setores da administração municipal, sobretudo os de ordem financeira, para avaliar os impactos da medida e sua constitucionalidade.

De qualquer sorte, mesmo que vetada, a proposta voltaria ao Legislativo e os vereadores poderiam derrubar o veto através de votação por maioria absoluta, que corresponde a cinco votos favoráveis.

Cicero Omar da Silva
Cicero Omar da Silva
Chefe de Redação e Departamento de Vendas Portal ClicR e jornal Regional Cel/Whats: 51 99668.4901

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