Pra falar sobre Consciência Negra, neste 20 de novembro, o morador de Cerro Grande do Sul, Mauro Pereira da Conceição, 51 anos, encontrou na música uma forma de transmitir uma mensagem que revela muito sobre sua própria vida e de muitos irmãos de cor.
A canção, segundo ele, é de autoria do saudoso artista gaúcho Crioulo dos Pampas (embora em pesquisa rápida na internet não tenhamos encontrado as referências) e já tem mais de trinta anos que ele canta em rodas de amigos ou em encontros de família.
Apesar dos anos a letra segue atual e de uma forma irreverente fala sobre igualdade racial, miscigenação, preconceito e os reflexos deixados pela história na sociedade brasileira.
Mauro e a esposa Maria de Lurdes da Silva, 64 anos, contam que é comum passarem por situações de racismo em seu convívio social. Consideram que são atos e atitudes muitas vezes impensadas de pessoas inconsequentes e que para muitos podem passar desapercebidos, mas que no dia a dia vão deixando marcas.
“A gente não tem maldade e tenta levar na brincadeira pra conviver bem com todo mundo, mas muitas vezes incomoda”, garante Mauro.
Apesar de não tão velhos o casal revela que lembra ainda de tempos em que trabalhavam de empregados em casas de patrões que não sentavam à mesa com eles por serem pretos. Também da época em que bailes de brancos e negros eram separados. Mauro destaca que alguns negros, por suas atitudes preconceituosas, também contribuíram para que o racismo se tornasse ainda mais forte em determinadas épocas.
Assistam o vídeo: