Com a participação de cerca de 350 pessoas entre produtores rurais, profissionais da área agropecuária e representantes de indústrias, governo e entidades agrícolas ocorreu em Porto Alegre durante a terça-feira (28) o “Seminário Duas Safras – Mais Produção o Ano Inteiro”, na sede da Fecomércio. Esta foi a segunda edição, chamada de Etapa Capital, de uma programação que faz parte de uma série de ações previstas do programa Duas Safras. O evento teve a organização e promoção do Senar-RS.
O Sindicato Rural de Tapes e Sentinela do Sul organizou uma excursão para participar do evento. Veja as considerações de alguns participantes.
Na abertura o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli destacou que a entidade se enquadra no programa como instituição referência de excelência na difusão de conhecimento e de tecnologia e pesquisa e que reconhece a grandiosidade do impacto que estas ações trarão ao Estado.
“Esta é uma ação coordenada para que tenhamos uma evolução no status social no Rio Grande do Sul, afinal o que almejamos é a melhoria na qualidade de vida de todos os gaúchos. Nos sentimos honrados em conduzir este evento, visto que esta é uma das ações mais importante do programa. Aqui surge para todos nós produtores rurais e todos nós que efetivamente lidamos com o agronegócio a oportunidade de despertar para os cenários mercadológico, econômico e técnico que estão entorno desta expressiva conjuntura que se demonstra ao Estado”
Condorelli destacou que é preciso considerar a vocação agrícola natural do Estado e do Brasil e o potencial da grande quantidade de área de terras onde a produtividade pode ser intensificada.
“Nós temos a chance de colaborar, não só com a melhoria dos negócios dos produtores rurais que certamente acontecerá, na medida em que possamos acreditar efetivamente na intensificação do processo produtivo de nossas áreas, seja com o melhor aproveitamento destas no inverno, o melhor aproveitamento nas áreas de várzea, muitas delas em pousio no verão, seja na expansão da agricultura porque temos no Estado uma das últimas grandes fronteiras agrícolas do país”.
Para o presidente da Federarroz, Alexandre Velho o programa Duas Safras surgiu na melhor hora possível em que o produtor rural tem sido cada vez mais exigido em aumentar sua produtividade para enfrentar sobretudo os altos custos de produção.
“O setor do arroz para se manter teve que se reinventar. Tivemos que buscar alternativas e partimos com muita força principalmente de dez anos pra cá para o plantio de soja. Também iniciamos com a cobertura vegetal e agora entendo que a sigla ILP da Integração Lavoura Pecuária, necessita de mais um “I” de intensificação. Sabemos das dificuldades e das diferentes características de cada região. Não existe uma receita pronta, mas o que é exigido do produtor é uma gestão cada vez maior dos processos de produção e é nisso que o programa vem auxiliar”, pontuou Velho.
Já o presidente da Farsul, Gedeão Pereira comparou os cenários de produção e mercado agrícola em nível mundial e avaliou como positivo o momento para que ocorra um aumento de produtividade.
“Nós temos um cenário de um lado altamente complicador e do outro uma demanda de alimentos pelo mundo afora, porque a falta de alimentos começou antes da guerra entre Rússia e Ucrãnia. A guerra só está agravando a situação, pois os dois países envolvidos diretamente são grandes exportadores de trigo e milho. Nós temos um programa que se chama Agro.BR em que recebemos embaixadores de outros países para conhecer in loco a agricultura brasileira e na última de nossas missões no Mato Grosso eu ouvi a representante de negócios da embaixada da Espanha questionando ode eles poderiam comprar milho no Brasil, porque o que eles compravam vinha da Ucrânia e não vai ter mais. Portanto temos um cenário altamente positivo e muitos desafios, sem dúvida nenhuma, mas temos de sobra fé, perseverança e atitude”, considerou.
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O Duas Safras
O programa Duas Safras é resultado da articulação entre a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Associação de Brasileira da Proteína Animal (ABPA), Embrapa, Senar-RS, Fecoagro/RS, Asgav e Federarroz, Acergs, Sips e Aprosoja. Seu objetivo é orientar a intensificação sustentável da produção agrícola gaúcha, por meio de safras de inverno que produzam forrageiras e grãos para alimentação humana e animal.
A medida promete ampliar a renda do produtor rural, aumentando em 40% a produção do agro gaúcho. Segundo a Assessoria Econômica da Farsul, o impacto no PIB do Estado seria um aumento de 7%, representando aproximadamente R$ 31,9 bilhões.