Na matéria de hoje, vamos falar um pouco sobre relacionamentos abusivos, tanto no meio amoroso, quanto no meio familiar, vamos trazer também as principais características desses usurpadores e o que se passa na mente de quem convive com eles.
Nascida e criada em Nova York em 3 de outubro de 1942, ela viveu e trabalhou em Denver, Colorado, onde era psicóloga licenciada. Lenore Walker criou o Instituto de Violência Doméstica, e foi a primeira psicóloga a estudar, entender e identificar os sinais de um relacionamento abusivo e os padrões dos agressores, em 1970, depois de entrevistar 1.500 vitimas, ela pode nos proporcionar um melhor entendimento do assunto.
Ciclos de um relacionamento abusivo
O Ciclo da violência de Lenore W. cogita a teoria de que existem três fases dentro desses relacionamentos, abaixo iremos explicar brevemente cada uma delas.
Acúmulo de tensão
A primeira fase é chamada de Acúmulo de tensão, nesta etapa podemos observar o acúmulo de aflições, que são causadas pelo excesso de brigas, conflitos contínuos e atos violentos. É uma fase a qual não podemos designar uma duração específica, ela pode durar dias, meses ou até mesmo anos, ocorrem pequenos episódios de ciúmes, gritos e como já citamos, desentendimentos.
A violência verbal e os insultos podem ser interpretados pela vítima como episódios isolados, e que podem ser controlados, já o agressor experimenta o uso de bruscas alterações de humor, se irritando facilmente com coisas insignificantes, se mostrando tenso, fazendo com que a vítima altere seu comportamento e tente sempre o acalmar acreditando que isso acabará com os conflitos. O sentimento de culpa se torna constante toda vez que houver uma briga, o agressor irá perceber o comportamento passivo da vítima e não tentará se controlar.
Agressões
Essa é a mais curta das três fases, a violência atinge seu auge, ocorrem agressões físicas, verbais e até mesmo sexuais, o agressor não tem mais nenhum controle sobre seus atos, a vítima passa por sentimentos de ansiedade, tensão, descrença, e impotência sobre o que aconteceu, fazendo com que a mesma se isole. Geralmente costumam se passar dias antes da vítima pedir ajuda.
Reconciliação
Após as primeiras fases, o agressor geralmente pede perdão e promete que esse comportamento não irá se repetir, sempre usando técnicas de manipulação afetiva para que o relacionamento não acabe. O mesmo começa a presentear a vítima e a fazer promessas, essa aceitação não faz mais do que reforçar o comportamento violento futuramente. Nesta fase é muito difícil para a mulher denunciar o que está passando, a mudança de atitude e a diminuição temporária dos atos violentos, faz com que ela pense que foi um fato isolado, a vítima quer acreditar que os abusos não irão acontecer novamente, a moderação do agressor faz com que ela sustente cada vez mais esse pensamento. A fase da reconciliação termina quando os pequenos conflitos retornam acompanhados de episódios de humilhação.
Família
Enganam-se quem pensa que relacionamentos abusivos ocorrem somente entre casais, apesar de muito comum, esse não é o único modelo de relação tóxica existente. Esse padrão também pode ocorrer entre familiares, o que pode trazer complicações para os envolvidos e a família como um todo.
Os fatores que indicam relacionamentos abusivos familiares nem sempre se mostram negativos, a situação pode se iniciar em forma de cuidados excessivos dos pais com os filhos, evoluindo cada vez mais, os pais passam a tomar decisões pelos filhos os impedindo de ter vontade própria. Esses filhos crescem e se tornam adultos altamente dependentes e sem coragem para assumir um papel de protagonista de sua própria vida, há também os abusos que começam como xingamentos e evoluem para agressões físicas. Não é correto afirmar que o relacionamento abusivo familiar ocorre somente entre pais e filhos, há irmãos, primos e até outros parentes que podem exercer esse papel de abusadores.
O principal fator que indica desequilíbrio familiar é…
O comportamento do abusador sufoca, o mesmo responde pela vítima, decidindo o que ele/ela gosta, onde vai e com quem, mas em sua cabeça esse abusador acredita estar fazendo o bem e protegendo sua vítima. Por sua vez a vítima dota sempre um comportamento rígido e retraído, onde não conversa e não interage na presença de seu agressor, o mesmo espera sempre um olhar de aprovação ou negação para qualquer atividade que queira fazer ou seja convidado.
O processo de identificação de relacionamentos tóxicos por parte da família pode ser longo, geralmente as pessoas de fora são as primeiras a observar que aquela família não tem uma relação saudável, é comum que a vítima cresça e adquira maturidade, podendo por si só ver os sinais dessa relação abusiva, quando a identificação acontece, a vítima tende a se distanciar do abusador, estudando por muitas horas, trabalhando, ou mergulhando em relacionamentos amorosos, ou de amizade, essa descoberta pode ser um gatilho para sentimentos como culpa ou retaliação, que podem levar a outros distúrbios e escolhas ruins.
Existem diversas formas de relacionamento abusivo e muitas delas estão camufladas pela idéia do amor em família, mas alguns relacionamentos podem ser tóxicos e extremamente prejudiciais em longo prazo na vida quem passa por isso. A melhor forma de identificar e lidar com isso para ter uma vida melhor é buscando auxilio de um especialista.
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