O Rio Grande do Sul contará com um calendário definido para o vazio sanitário da soja na safra 2022/2023: o período escolhido foi de 13 de julho a 10 de outubro de 2022. O novo calendário foi publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta quinta-feira (03/02), por meio da Portaria nº 516, que estabelece os períodos de vazio sanitário para cultura da soja em 21 estados produtores.
“A escolha dessas datas para o vazio sanitário tem como objetivo aproveitar as geadas do Estado, que costumam ocorrer do meio para o final de julho, para ajudar no controle das plantas guaxas. Assim, haverá redução no uso de herbicidas, como o 2,4-D, para efetuar este controle”, explica o diretor do Departamento de Defesa Vegetal, Ricardo Felicetti.
Durante o vazio sanitário, que teve o período de duração estendido de 60 para 90 dias, não se pode manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. É uma estratégia para o controle da ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Esta será a primeira safra em que o Rio Grande do Sul adotará a medida.
“Estender o calendário foi uma boa decisão. O vazio sanitário de 90 dias aproveitando as geadas de inverno para controle da soja guaxa vai solucionar duas preocupações: a ambiental, pela deriva do 2,4-D, e a econômica, já que este insumo duplicou de preço”, avalia o vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad.
As datas foram discutidas pelo setor produtivo, no âmbito da Câmara Setorial da Soja, em junho de 2021, e confirmadas em reunião realizada em dezembro do ano passado. A partir desta aprovação, uma proposta para o vazio sanitário e o calendário de semeadura da soja para a safra 2022/2023 foi encaminhada ao Mapa.
Os calendários de vazio e semeadura da soja são definidos safra a safra, e enviados para o Ministério até 31 de dezembro do ano anterior. “É importante frisar que a construção do calendário contou com o setor produtivo, representado por mais de 30 entidades que participaram da discussão das datas de vazio e semeadura”, ressalta o coordenador da Câmara Setorial, Nereo Sterlick.
POR ELAINE PINTO /Sec. Da Agricultura, pecuaria e desenvovimento rural