Um dos pontos altos da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, as vitrines tecnológicas atraem a atenção dos visitantes do evento com as últimas novidades em tecnologias para o setor. Neste ano, na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), 40 empresas e instituições estão participando com inovações em cultivares, defensivos agrícolas, tecnologias de aplicação, aviação agrícola, pastagens, fertilizantes e irrigação.
A Embrapa está mostrando em sua vitrine de grãos da Abertura da Colheita cultivares de arroz, assim como de soja e milho, culturas que são as principais opções de rotação com o cereal. A empresa também está dando enfoque em dois formatos de manejo de solo que são o camaleão de base estreita (sulco camaleão) e o de base larga. Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen, são tecnologias que a empresa tem trabalhado desde a década de 80 e fazem uma grande diferença onde são bem implementadas. “Por exemplo, a soja e o milho da Abertura da Colheita estão implantadas em cima de sulcos camaleões”, informou, colocando que um dos aspectos a ser destacado neste tipo de manejo é que além de ser um formato para drenagem, possibilita irrigar essas culturas, o que é um diferencial.
Theisen lembra, ainda, que atualmente existem equipamentos que possibilitam estruturar sulco camaleão em grandes áreas, o que há 10 ou 15 anos era mais difícil justamente pela limitação tecnológica. “A questão do custo benefício é fantástica. Para estabelecer hoje, metade de fevereiro de 2022, uma área de sulco camaleão, custa em torno de R$ 600,00 a R$ 800,00 por hectare, o que é muito barato, isso são três ou quatro sacos de soja e, em um ano como esse, se vê que a produtividade é praticamente o dobro das áreas não irrigadas. É um sistema que a Embrapa junto com parceiros têm feito um esforço para divulgar”, observou.
Já o camaleão de base larga tem como foco a drenagem e o estabelecimento de rotações de mais longo prazo. “São camaleões grandes de cerca de 8 metros de largura com um comprimento variável, pode ser de 100 metros a 1000 metros. É um sistema que favorece o estabelecimento de plantio direto em terras baixas e integração lavoura pecuária”, explicou Theisen.
A Embrapa também está apresentando no evento as suas cultivares de soja BRS 6203 RR e BRS 5804 RR que são materiais muito bem adaptados para a região e para as terras baixas, com boa tolerância às doenças.
Na parte do melhoramento genético de cultivares de arroz irrigado, a Embrapa está apresentando em suas vitrines tecnológicas os últimos lançamentos, tanto para o sistema clearfield como para o convencional. Nesta sexta-feira, dia 18 de fevereiro, pela manhã, será apresentada às autoridades a BRS A705, uma cultivar precoce com grãos de excelente qualidade. Segundo pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Ariano Magalhães Junior, esta cultivar confere resistência ao acamamento de plantas, mesmo em condições elevadas de adubação.
Outra variedade que está sendo apresentada pela Embrapa, é a BRS Pampa CL, lançada em 2019, de ciclo precoce e adaptada ao sistema Clearfield com resistência à herbicida. “Essa cultivar apresenta grãos nobres, reconhecida pela indústria, tem excelente sanidade e não necessita de aplicações de fungicidas. Ela tem ocupado no Estado o espaço de cultivares suscetíveis às principais enfermidades, especialmente a brusone”, explica Magalhães Junior.
Também estão nas vitrines tecnológicas da Embrapa as cultivares BRS Pampeira, que é de ciclo médio e dentro do portfólio da empresa é a que apresenta o maior potencial produtivo, produz em torno de 12 toneladas por hectare, e a BRS A704 lançada para irrigado tropical, apresenta um ciclo um pouco mais longo e tem uma certa limitação de adaptação de região no Rio Grande do Sul.
Neste ano, o Instituto Rio Grande do Arroz (Irga) trouxe para a Abertura da Colheita um portfólio de cultivares, como o 424 convencional, o 424 RI, que é a cultivar mais semeada do Estado, hoje presente em mais de 50% da área, o 426, que vai ser um lançamento futuro na plataforma Clearfield, e o 431 CL, lançado há dois anos e hoje é a segunda cultivar mais semeada no território gaúcho. De acordo com o coordenador do Irga na Zona Sul, André Matos, está sendo mostrada a importância da genética Irga para a lavoura gaúcha. “Hoje a nossa genética conta com participação em quase 70% da área de arroz semeada no Rio Grande do Sul”, informa.
No milho, o Instituto trouxe a irrigação como tema. Matos explica que são duas parcelas da cultura, uma irrigada e outra não, para fazer um comparativo. “O objetivo é mostrar a importância da irrigação para garantir a produtividade do milho. O mesmo ocorre na soja, ainda mais em um ano de estiagem”, observa Matos.
No manejo de arroz, o Irga trabalhou a importância da tomada de decisão na entrada da água, de ter uma irrigação inicial veloz e que a questão da adubação nitrogenada no controle de plantas daninhas acompanhe esse processo. “É importante decidir o potencial produtivo do arroz nos primeiros 15 dias dessas ações de manejo iniciais da cultura”, destaca o coordenador do Irga.
Participam do espaço as empresas Adama, Basf, Brevant Sementes, CropChem, Dagramas, FMC, FT Sementes, Geoplan, ICL, Ihara, Morgan, Netafim, PGG Wrightson Seeds, Pioneer, RiceTec, SC Agro, Simbiose, Spraytec, Super N, Syngenta e Zimmatic, além de instituições e entidades como Epagri, Embrapa, Irga, Sindag, Ufrgs, Ufsm e UfPel.
A 32ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas segue até sexta-feira, dia 18 de fevereiro, na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), em formato híbrido com atividades presenciais e on-line. Além das palestras, a programação conta com vitrines tecnológicas, feira, homenagens e ato da Abertura Oficial. A organização é da Federarroz com correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Informações podem ser obtidas pelo aplicativo Colheita do Arroz ou no site.
Fonte: Federarroz