Na última semana, os produtores de tabaco da Região Sul iniciaram as negociações para estabelecer o preço do tabaco na safra 2023/2024. Durante uma série de reuniões realizadas na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul (RS), entre segunda e terça-feira, foi formalizado um acordo com a Japan Tobacco International (JTI). O ajuste acordado foi de 8% na tabela de preço da variedade Virgínia, distribuído de maneira linear. Isso resultou em um novo valor de R$ 22,46 por quilo para a variedade BO1. Considerando que a variação do custo de produção do Virgínia em relação à companhia foi de 5,06%, os produtores agora obterão um ganho real de 2,94% com a proposta.
Marcilio Drescher, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), expressou satisfação com o acordo, destacando que, pelo terceiro ano consecutivo, conseguiram firmar um protocolo aceito pela JTI. Ele ressaltou a prática da empresa em remunerar o custo de produção com uma rentabilidade adicional, o que valoriza a tabela do tabaco e reconhece a qualidade do produto.
No entanto, as negociações com outras seis empresas (Universal Leaf, Alliance One, China Brasil Tabacos, CTA, UTC e BAT) não foram tão bem-sucedidas, uma vez que, segundo a Afubra, não atingiram o patamar desejado pelos produtores, que almejavam uma variação do custo de produção mais cinco pontos percentuais. Drescher explicou que essa rentabilidade acima do custo é crucial, pois essas empresas possuem uma tabela de preço defasada de safras anteriores. Uma nova rodada de negociações com as empresas que não chegaram a um acordo está agendada para a próxima semana, em 25 de janeiro.
A comissão representativa dos produtores de tabaco é composta pela Afubra, pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.