Especialista na área falou sobre o cultivo e deu dicas para interessados durante palestra na casa da Agptea na Expointer
Em palestra na Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) durante a Expointer, o professor da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) e engenheiro agrônomo, Djalma Nolasco Prestes, falou das vantagens do plantio da Pitaya que tem sua origem na floresta tropical, nas Américas Central e do Sul, mas hoje o país que lidera a produção mundial é a Índia. Com bom cuidado, principalmente no início do cultivo, a dedicação do produtor dá melhores efeitos do que qualquer adubo, segundo ele. O segredo é plantar de forma correta, cuidando detalhes, fazer as podas necessárias e permitir boa oxigenação das raízes, pois são elas que vão buscar os nutrientes necessários e no caso da Pitaya, as raízes ficam em parte expostas. A planta responde com rapidez ao bom trato e pode durar até 20 anos. É possível chegar a 40 toneladas por hectare da fruta.
A planta gosta de sombra e água fresca em temperatura controlada, pois originalmente cresce em rochas e árvores. Para fazer o plantio controlado em estacas, o material deve ser forte e resistente, nada de bambu, segundo o professor Djalma, pois são três mudas por palanque e ela deve crescer até 1,40 metros. É neste ponto que o produtor deve fazer a primeira poda, cortando a ponta para indicar que não deve mais crescer e sim aumentar suas raízes para produzir os frutos. São cerca de três anos de colheita farta até colocar as novas mudas. Se não realizar esta primeira poda que determina a altura, ela vai dar no primeiro ano e nos próximos vai atrasar sua produção. “Não é plantando para ver, é estudar para plantar”, observa.
Para o professor universitário, conhecer todos os detalhes da planta e da fruta vão determinar o sucesso do cultivo. Então, deu algumas dicas básicas durante a palestra. A primeira é a análise do solo, depois a correção do pH que deve estar acima de 6,0 porque é preciso elevar os nutrientes do solo em nível alto, logo vem a fixação dos palanques. A matéria orgânica que deve ser colocada é dez quilos em cada palanque e as mudas colocadas na vertical com a ponta que vai ser enterrada previamente seca para que não acumule fungos na parte suculenta. Muita atenção com o espaçamento, pois o sol é fundamental para a doçura da fruta e o desenvolvimento com força de toda a planta.
A Pitaya tem tido uma demanda grande e a tendência é aumentar. É de fácil cultivo, se bem tratada e pode substituir em pouco tempo outras culturas, como o fumo, por exemplo. Quem está plantando está satisfeito de acordo com o especialista. Da fruta são feitos vários produtos que já estão no mercado, de acordo com o sabor e a cor da pitaya, como geleias, sorvetes, bebidas, sucos, cosméticos e até cerveja. Ela é rica em nutrientes como poucas frutas oferecidas no mercado.
Fonte: Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea)