Em 2017, a China figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro: foram US$ 276 milhões em divisas, 13,2% do total embarcado no ano.
Desde o dia 16 de julho, técnicos chineses da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (Aqsiq) e da Administração Geral das Alfândegas da República da China (Gacc) estiveram na região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, coletando amostras de tabaco processado e fazendo testes laboratoriais para comprovar a sanidade do tabaco brasileiro antes do embarque. A missão chinesa concluiu que o produto brasileiro está apto a ser embarcado.
A pré-inspeção do tabaco comercializado para o país chinês costuma acontecer anualmente com o intuito de assegurar a ausência de pragas quarentenárias no produto e é uma das exigências do atual protocolo bilateral de comércio entre Brasil-China. O encerramento das atividades reuniu representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), integrantes da Gacc, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), empresas associadas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Liu Dong, chefe de Seção da Gacc, apresentou um resumo dos resultados da pré-inspeção. “Baseado no protocolo existente, os inspetores chineses analisaram 58 amostras coletadas de um total de 43 mil toneladas de tabaco adquirido pela China em 2018”, relatou. O material foi analisado no laboratório da Central Analítica da Unisc e, de acordo com a missão chinesa, está apto para embarque. A responsável técnica do Laboratório de Fitopatologia da Unisc, Adriana Dupont, acompanhou as análises laboratoriais e enfatizou a importância do trabalho realizado para confirmar a sanidade do produto.
A China é um importante parceiro do agronegócio brasileiro e isso também acontece no setor do tabaco: em 2017 figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro, gerando US$ 276 milhões em divisas, o que representa 13% do total embarcado no ano. “A China é um importante importador do tabaco brasileiro, o que só é possível devido à parceria dos envolvidos nesta missão. Considerando que o Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador mundial há 25 anos, é nossa expectativa que possamos continuar fazendo negócios por muito tempo”, ressaltou o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.
Representando o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura em Brasília, a auditora Fiscal Agropecuária da Coordenação de Fiscalização e Certificação Fitossanitária Internacional, Débora Maria Rodrigues Cruz, destacou que o mercado chinês é muito importante para o Brasil e por isso o Mapa não medirá esforços para dar continuidade aos negócios, bem como para cumprir o protocolo.
Por se tratar de uma missão oficial de inspeção agropecuária, feita por técnicos de outro país, técnicos do Mapa acompanharam todo o processo de coleta e análises das amostras. Jairo Carbonari, auditor Fiscal Federal Agropecuário, da Superintendência do Mapa no RS, enfatizou a importância do trabalho realizado. “Este é um trabalho robusto, iniciado há mais de 10 anos, em parceria com o setor produtivo e que abrange todas as etapas de produção, processamento e exportação, garantindo um produto de excelente qualidade para o mercado chinês”, afirmou.
Jairo também destacou que o monitoramento é um dos trabalhos mais importantes do Mapa no Rio Grande do Sul, no sentindo de atender ao protocolo existente, com o apoio de uma equipe de especialistas e de um trabalho efetivo de rastreabilidade do produto. “Nesse sentido, é preciso mencionar que o tabaco é o cultivo no Brasil com o melhor sistema de rastreabilidade”, avaliou Carbonari. A Superintendência do Mapa também esteve representada no encontro por Roque Danielli, auditor Fiscal que acompanhou todo o trabalho da pré-inspeção em conjunto por com os fiscais da Unidade Técnica Regional (Utra) do Mapa em Santa Cruz do Sul.