Por Danielle Gewehr | Acadêmica em Jornalismo
Faz tempo que não faço uma pausa. Não sinto o sabor da comida. Não sinto a brisa no rosto, não sinto o sol queimar a minha pele. Ultimamente os dias passam, mas eu não os vejo passar. Tem muito tempo desde a última vez que consegui participar – realmente participar – de uma conversa.
Dos últimos dias, meses, e até mesmo anos, tenho pouquíssimas lembranças. Eu estou sempre tão ocupada, relembrando o passado ou então revivendo o futuro. O presente eu deixo de lado, como aquela peça de roupa que compramos, mas nunca encontramos ocasião para usá-la. O presente está aqui, mas eu não estou aqui para ele.
Eu passo os dias pensando em como tudo poderia ter sido diferente, ou então no que acontecerá amanhã. Agora mesmo, escrevo aqui pensando em mágoas passadas, sentindo ansiedade para saber como será daqui para frente. O presente, sinto que ele não me pertence.
Faz tempo que não escuto, apenas ouço. Que falo, mas não converso. Que não sinto o aroma do café, só o bebo. Faz tanto tempo que não priorizo o momento, em vez disso, eu o uso para focar em coisas que não me pertencem e nunca me pertencerão: o passado e o futuro.
De fato, eu preciso fazer uma pausa.