O município de Sertão Santana completa este mês 30 anos de emancipação política, a data oficial do aniversário é 24 de março, e nesta matéria buscamos resumidamente trazer um pouco da história e da origem do município, matéria esta que já circulou em nosso jornal impresso, e que contou com a colaboração de alguns munícipes da cidade.
Vice-Rei Dom Luiz de Vasconcelos e Souza
Foi o 12º vice-rei do Brasil e capitão-general de Mar e Terra do Estado do Brasil, exercendo o cargo por doze anos, de 30 de abril de 1778 a 9 de maio de 1790. Trouxe minuciosas instruções assinadas pelo novo Secretário de Estado, Martinho de Melo e Castro, pelas quais se regularia quanto aos assuntos relativos à religião, justiça, fazenda, tropa, agricultura, navegação, comércio, política etc.
Domingos Ribeiro da Cunha e seus irmãos, filhos de Manuel Ribeiro da Cunha, tinham uma faixa de terras de meia légua de comprido por igual medida na largura, divisando-se com as de seu pai em Triunfo. Ao norte com terras de Manuel Ribeiro da Cunha, ao sul com as de Antonio Alves Guimarães. Esta fazenda era conhecida pelo nome de “Potreiro Grande” e foi concessão sesmariense do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcelos e Souza, ano 1784. Comparando-se mapas verifica-se que Sertão Santana e adjacências faziam parte da Sesmaria de Domingos Ribeiro da Cunha.
Com a chegada dos primeiros colonizadores de origem francesa e espanhola, a colonização iniciou-se quase um século depois, por volta do ano de 1880.
Comendador Eduardo Secco
Em 1892, através do Comendador Eduardo Secco foi dado início a colonização da região com a demarcação de terras e fixação de imigrantes lusos, poloneses e alemães. Os imigrantes alemães, na maioria luteranos, chegaram a esta região acompanhados do Pastor. Fato importante para o crescimento religioso. Os imigrantes de origem católica eram de início, atendidos pelos párocos da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento até o dia 19 de fevereiro de 1928, com breves períodos que foram atendidos pelos Padres do curato de Mariana Pimentel e depois Paróquia de Mariana Pimentel em 1908. A partir de 1928 o atendimento, uma vez por mês, foi dado pelo Pároco de Mariana Pimentel até o dia 29 de outubro de 1961, quando a capela de Santa Ana, pela criação da Paróquia, passou a categoria de Igreja Matriz, com pároco residente. O primeiro pároco foi um imigrante, de após guerra que sofreu no campo de concentração, de onde conseguiu fugir, Padre João Jarosz que chegou a Porto Alegre no início de 1961, e depois de aprender o idioma português, foi nomeado pároco da Paróquia Santa Ana, criada no dia 29 de outubro de 1961.
Foi em Sertão Santana que se instalou a primeira escola pública da região em 16 de setembro de 1895. Essa escola para elementos do sexo masculino foi transferida da Serra do Herval, município de Dores de Camaquã.
Igreja Santa Ana
Os primeiros habitantes, de origem francesa, espanhola e italiana, quando chegaram na região onde hoje é o município de Sertão Santana, não esqueceram e nem deixaram de lado a vivência da Fé. Para tanto, além das construções das casas, construíram a primeira Igreja com o objetivo de alimentar e progredir na vivência cristã e humana como filhos de Deus e cidadãos nesta região. A primeira igreja estava construída a mais ou menos uns setenta metros à direita, olhando de frente a atual Igreja Matriz. Entronizaram como padroeira Santa Ana, que legou o nome a colônia iniciante, ficando o mesmo até os dias de hoje.
Atualmente a população paroquial é formada por uma mistura de varias origens raciais que foram se estabelecendo nesta localidade, desde a origem de sua colonização. Esta poderíamos dividir em três períodos: 1º período do ano de 1784 a 1850; 2º período de 1850 a 1892 e 3º período de 1892 aos dias atuais.
João Kehl como o 1º Subintendente do Distrito
Com a emancipação de Guaíba em 1926, em 1º de novembro, terras e população de Sertão Santana foram agregadas ao novo município, criando-se o 4º Distrito através do Decreto Municipal nº 2. Nesta época foi nomeado o Senhor João Kehl como o 1º Subintendente do Distrito.
A sede do distrito foi elevada a categoria de vila através do Decreto Estadual nº 7.199 de 31 de março de 1938.
Em 1969 chegou a eletrificação e a CRT cegou em 1975 um grande avanço para época.
Processo de Emancipação
Para poder entender esse processo, o Regional esteve conversando com pessoas que fizeram parte desta história, do processo de Emancipação.
O movimento emancipacionista de Sertão Santana teve início em agosto de 1989, com a formação de uma comissão que ficou assim definida:
Presidente: Breno Feiden (falecido em 24 de março de 1998)
Vice-presidente: Lindoberto Pontes
Secretário: Carlos Roberto Barth (falecido em 28 de maio de 2001)
2º Secretário: Carlos Henrique Drechsler
Tesoureiro: Zeno Kobilinski
2º Tesoureiro: Arnulfo Teifke
Conselho Fiscal: Gueno da Silva Girú, Jorge Ladwig e Sérgio Roberto Nunes Decavatá
Suplentes: José Tavares Jorge, Milton Adão Meine e Walter Solka.
A partir da comissão formada iniciou-se uma intensa visitação as casas dos moradores para expor a ideia de valorização da região, enaltecendo os valores humanos econômicos e culturais dos habitantes de Sertão Santana (Distrito de Guaíba), integrantes da comissão bem como simpatizantes da ideia começavam a plantar a semente e conscientizar a comunidade na época para votarem no SIM pela emancipação, de distrito para município. Em novembro de 1991 foi realizado o plebiscito.
Plebiscito
No dia 10 de novembro de 1991 aconteceu o plebiscito, que decidiu a emancipação de Sertão Santana. Entre os habitantes da área emancipada, 93% dos eleitores optaram pelo sim, garantindo assim a vitória emancipadora. Segundo relatos as apurações dos votos desenvolveram-se num clima de festa para os sertanenses que tinham a emancipação como um fato concretizado e irreversível.
Escolha do nome para ser o primeiro Prefeito
O nome de Breno Feiden surgiu por ele ter sido o presidente da comissão emancipacionista, mas principalmente por sempre ser um lider em sua comunidade, eleito vereador por dois mandatos ainda por Guaíba e um dos fundadores da Escola Cenecista Sertanense.
O nome do candidato a vice prefeito, o empresário Carlos Augusto Meyer surgiu por se tratar de uma pessoa dedicada a sua comunidade, também vereador eleito por Guaíba, com um grande conhecimento das necessidades da população sertanense, quando os dois nomes foram apresentados não houve questionamento.
O município de Sertão Santana foi criado através da Lei n° 9.595/92 de 20 de março de 1992, tendo sido publicada no Diário oficial nº57, no dia 24 de março de 1992 e assinada pelo Governador Alceu Collares.
Eleição Municipal
Foi realizada a primeira eleição municipal em 03 de outubro de 1992, a administração eleita tomou posse no dia 1º de janeiro de 1993 sendo que foram eleitos:
Prefeito: Breno Feiden Vice-prefeito: Carlos Augusto Meyer
Arquitetura e Culinária
Em meio a um terreno ondulado, onde a cultura do fumo é predominante, bem como o plantio de arroz estão a sede de Sertão Santana cujo algumas casas lembram muito as tradições dos colonizadores principalmente os alemães com a presença de prédios em estilo bávaro.
As tradições não ficam apenas na linha arquitetônica das moradias; podem ser observadas também na culinária, onde pode-se apreciar as cucas, no feitio artesanal. Dos produtos de porco – as deliciosas linguiças ou no tempero da comida caseira, a gastronomia é bem diversificada, geleias de frutas, salames, queijo, pães, doces, biscoitos caseiros, a tradicional carne moída, conservas, e é importante destacar que Sertão Santana é conhecido como a capital da Carne Moída.
24 de Março data da Emancipação e da Despedida
Como vimos ainda nesta edição o município sertanense após uma grande luta para conseguir se emancipar, teve como primeiro prefeito Breno Feiden ele que também foi o presidente da Comissão Emancipacionista.
Pois por ironia do destino no dia 24 de Março de 1998 exatamente a seis anos após a emancipação, o município de Sertão Santana se despediu de Breno Feiden, um homem de grande conhecimento e amizade.
Fontes Consultadas: Livro História de Sertão Santana – Colaboração com informações e fotos: Estela e Zeno Kobilinski
Abaixo você pode clicar em cima da matéria desejada para conhecer a história de algumas entidades de Sertão Santana
Grêmio Esportivo XV de Novembro / Sertão Santana
Esporte Clube Internacional de Sertão Santana
História do CTG Tio Raymundo de Sertão Santana
Sociedade Cantoria União Cultural em Sertão Santana
Sociedade Beneficente Cultural Gravatá em Sertão Santana
