Por Fábia Richter – Enfermeira e Gestora
Romper o paradigma entre Fazer Saúde X Tratar Doenças
Para iniciar esta coluna, é importante que eu me apresente: sou Fábia Richter, 25 anos de Enfermagem, prefeita reeleita do município de Cristal/RS nos anos de 2013 a 2020, militante e lutadora a favor da saúde das pessoas, membro por três mandatos na FAMURS e atual membro do He-For-She da ONU Mulher do Rio Grande do Sul. É com muita alegria que utilizarei esse espaço como forma de comunicação com todas as pessoas do Portal ClicR sobre prevenção e promoção da qualidade de vida e bem estar, sempre com dicas e informações pertinentes.
O primeiro assunto que irei abordar é a grande diferença entre fazer saúde e tratar doenças. O Sistema de Saúde nacional, assim como muitos profissionais da área costumam remediar as situações de adoecimento somente no momento em que o paciente busca pelo tratamento. E esta é a grande adversidade, pois a promoção da qualidade de vida das pessoas está relacionada e diretamente ligada com o não adoecimento e com a prevenção.
Esta concepção faz parte, não somente entre os profissionais de saúde, mas também de toda a sociedade, que se acostumou com o sistema e apenas recorre aos hospitais, postos de saúde e unidades básicas quando o problema já está agravado. Desde o simples resfriado, até as doenças mais graves, a Saúde brasileira trabalha com remédios e tratamentos para eliminar as enfermidades.
A grande questão está no fato de que a Saúde inicia-se muito antes da ida ao médico, muito antes dos sintomas de qualquer doença surgir. Ter o conhecimento do que pode causar prejuízos futuros e agir para que ela não apareça é um dever de todos, mas cabe ao sistema e aos profissionais habilitados proporcionar isso à sociedade. Pois o profissional que espera o paciente doente em seu escritório não está promovendo saúde, apenas trabalhando com a doença.
Nesse contexto, é importante ressaltarmos a influencia que as indústrias farmacêuticas possuem sobre este paradigma. Evitar que as pessoas adoeçam, promovendo qualidade de vida e garantindo o conhecimento para o não surgimento de enfermidades diminuiria drasticamente a compra e venda de medicamentos e não é com isso que o sistema trabalha. Há uma crença entre os profissionais de saúde e farmacêuticos de que sem a doença não haverá pacientes e, consequentemente, ficarão sem trabalho. Mas a verdade é que fazer saúde é muito mais trabalhoso.
Essa crença de que as farmácias perderiam clientes, fisioterapeutas, dentistas, psicólogos e todos os profissionais de saúde é falsa. Todos os profissionais devem prevenir a doença antes de ela acontecer e a população deve ser consciente em buscar o conhecimento para que seja possível uma qualidade de vida melhor e saudável. Ter saúde é uma decisão e todos possuem o direito de tê-la.
Fazer saúde é também falar sobre ela, é escolher mudar de vida com hábitos e ações diárias de saúde. Do simples ato de beber um copo d’água, a sentar-se sob a luz do sol para repor a Vitamina D, uma vida saudável começa pela escolha de viver melhor. Por isso, temos um encontro marcado quinzenalmente para falar sobre saúde, com muitas informações para que você também escolha melhorar a Tua Saúde!